Amor de Mãe – Mãe de cachorro também é mãe.

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Ter um cão em casa, e não ter filhos humanos para te chamar de mãe, pode te fazer acreditar que o seu cão desempenha, as vezes, o papel de filho para você. Bem, pelo menos pra mim,  é assim!

Para pensar desse jeito você deve sentir um amor tão grande por ele, que o considera o mais perto de um amor materno.

Neste post vou falar sobre como me considero mãe dos meus cães, sabendo da diferença entre as espécies, mas ressaltando as semelhanças no amar e cuidar como um filho.

Se você também se acha mãe, de cachorro, vem comigo!

Meus “filhos de quatro patas” – Pucca, Kim e no meu colo minha saudosa Kika.

Dia das Mães, de cachorro?

O Dia das mães chegou, e nessa época de presentes, almoço, fotos e lembranças afetivas, me denomino mãe também, mas não uma mãe de um filho humano, e sim uma “mãe de cachorro”, dos meus cachorrinhos, que eu chamo de “filho de quatro patas”.

Não estava nos meus planos de vida casar e ter filhos. Eu queria ser livre, solteira, trabalhar fora e viajar pelo mundo. Mas, aconteceu de me apaixonar e querer casar. Mas, não querer ter filhos, eu já falei sobre isso aqui no blog , quando me apresentei.

 O meu primeiro “filho” foi o Kim , que chegou em novembro de 2008, depois veio a Kika  (infelizmente ela se foi em abril/2019) que chegou em  outubro de 2009, e por última a Pucca, que chegou em março de 2012.  Com eles conheci um amor, que muitas mães chamam de amor incondicional.

O cientista Miho Nagasawa, da universidade japonesa Azabu, comprovou, através de uma pesquisa, como o olhar entre o cachorro e seu dono dispara nos dois os níveis de ocitocina no cérebro, hormônio relacionado a padrões sexuais e a conduta paternal e maternal.

“O mesmo mecanismo de conexão, baseado no aumento da ocitocina ao se olharem, que fortalece os laços emocionais entre mães e seus filhos, ajuda a regular também o vínculo entre os cachorros e seus donos”, concluiu seu estudo.

É muito amor envolvido!

 

Cuidando do Kim, escovação do pelo.

 

Meus eternos bebês

 

Um dia minha irmã me disse que eu era tão boa “mãe” para meus cães, que ela ficava imaginando como seria se eles fossem humanos, o quão educados poderiam ser, o quanto teriam uma alimentação equilibrada, o quão saudáveis… 

Mas, eu disse a ela que criar uma cão era muito diferente de criar uma criança, porque os cachorros são eternos bebês,  pois eles dependem tanto de mim quanto um bebe depende de sua mãe biológica. 

A responsabilidade é igual. Mas as diferenças são muitas, e eu nem vou listar todas aqui porque você sabe quais são elas (tem a licença maternidade, por exemplo. A creche, a escola, com quem deixar quando sair de casa, a adolescência,  a juventude, o adulto, os netos…).

Ainda assim, uma vez me dei conta de que cuidar de um cão é muito similar a cuidar de um filho humano. Vou te contar o que aconteceu uma vez comigo:

Estava na festa do casamento de um amigo do meu marido, conversava com a esposa do irmão do noivo. Ela estava com seu primeiro filho no colo, e falava do trabalho que teve para viajar com ele de Vila Velha (ES) para o Rio de Janeiro (RJ), local da festa.

 Ela concordou quando eu disse que também tenho que carregar tudo dos cães quando eles viajam comigo.

Veja as semelhanças que observei, de acordo com as coisas que ala disse que trouxe na viagem:

  • Mamadeira (eu levo os potes de água e ração)
  • Brinquedos (também levo os deles)
  • Carrinho de bebê (os meus viajam na caixa de transporte)
  • Lençol ou mantinha (levo as caminhas e os edredons)
  • O menino fica inquieto e enjoado com viagem longa (os meus também, eles ficam bem com até 3 h de viagem)
  • Papinha (levo as rações de cada um e os petiscos)
  • Fraldas descartáveis (levo tapete higiênico)
  • Produtos de higiene (levo escova, pente, xampu, secador de cabelo, caso algum deles precise de um banho rápido, algodão, soro fisiológico, pomadas, spray…)
  • Roupas e acessórios (se tiver frio, também levo roupinhas para eles, além das guias, peitoral, laços)

Pucca e Kim de olho na alface americana.

 

Cuidar de cão, dá trabalho

O trabalho que dá é muito parecido, as coisas que eles usam são semelhantes, a preocupação para que façam boa viagem, fiquem bem em lugares diferentes da sua casa, e se sintam mais confortáveis, é praticamente o mesmo.

Além de que, seja viajando com crianças ou animais, sempre temos que observar e perguntar se a casa, o hotel, ou a pousada aceita a presença deles. Já pesquisei sobre pousadas para adultos que não aceitam crianças, assim como aquelas que aceitam cães, fazem restrições quanto a raça, o porte, e ainda delimitam em qual aposento podem ficar.

Eu faço de questão de levar-los nas viagens comigo. Compro brinquedos, levo para passear, tiro um tempo do meu dia para dar atenção e brincar, faz parte da rotina de diversão deles.

 Fora isso tem a questão da educação, ensinar o cão a respeitar ao seu comando, fazer ele ficar comportado em locais públicos, faz com que seja bem-vindo neles.

 

Amor de filho, respeito pelo animal

Agora, uma coisa é fundamental: se você é assim como eu, apaixonada por seu cão e o cuida como um filho, preste atenção! Ele pode até ser cuidado como filho, mas não é um humano, é um bicho.

Por isso, o meu lema é este: “Amor de filho, cuidado de mãe, respeitando suas necessidades de animal.”

Então, você pode até estar pensando assim “ah Tânia, eu não concordo com você sobre isso, filho é filho (humano), bicho é bicho (animal).

 Ok! Mas quando me refiro a eles como filho, estou usando o meu dia a dia com os eles, a rotina de alimentação, educação, diversão e cuidados com a saúde.  Qualquer coisa estranha com eles, eu corro para levar numa consulta no veterinário. Se for preciso usar alguma medicação, sigo a risca a receita.

É importante saber o que podem comer, qual a melhor ração, a quantidade ideal, os horários certos. Mas, também o que não podem comer, o que pode ser tóxico ou nocivo a eles. Resistir a tentação de dar uma “provinha” do que você está comendo, mas não pode dar a ele de jeito algum.

Não estou humanizando meus cães dizendo que são meus filhos.

Humanizar é atribuir a eles características presentes nos seres humanos, fazendo com que os cães deixem de ser tratados como deveriam. Além de atribuir sentimentos como culpa e arrependimentos, exclusivamente humanos, aos cães. Eles não ficam com “cara de quem sabe que fez coisa errada”. Eles reagem a sua energia, a sua reação de raiva, por estar zangado com ele porque chegou em casa e tem coisas destruídas, por exemplo.

Respeito a natureza deles. Deixo que sejam bichos que cavam, latem, cheiram, destroem coisas…

Eles saem para passear na rua de sapatos, mas com o objetivo de não machucar ou queimar as patas. Pois quando viajamos, eles andam descalças pela lugar. Pisando na grama, na terra, no chão.

Pois, ser mãe de cachorro é isso: enfrentar o desafio de compreender uma outra espécie e respeitar sua natureza.

Cuidando da saúde, hora da vacina.

Sentimento “materno”

Quando perdi minha Kika, sofri muito, chorei bastante, foi uma dor insuportável. Vive o luto da perda de alguém muito próximo, uma “filha” muito querida.

Percebi como minha rotina gira em torno deles. E o quanto a Kika me “ajudava” como isso. Ela me “lembrava” dos horários de comer, de brincar…Algumas coisas mudaram na casa. Ela não está mais aqui.

Pucca e Kim, a casa sem a KIka.

Ainda sofremos com sua ausência, coisa que só o tempo vai curar. E por que dói tanto? Porque é um amor incondicional.

É uma troca, uma vivência que só quem tem um cãozinho em casa sabe como é essa relação, bem próxima de mãe e filho, entre um ser humano e seu cão.

Por favor, não se ofenda quando digo que sou “mãe” dos meus cães. Só quero dizer que tenho muito amor por eles, o mais próximo que até hoje vivi de um sentimento materno.

 Feliz dia das mães para você também!

 

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