“Eu adotei”: A história da adoção do Tommy por Fernanda Uip

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Cão cadeirante: cão com mobilidade

Meu nome é Fernanda e sou mamãe do Tommy Shelby, um cãodeirante pretinho de mais ou menos 2 anos que eu adotei há menos de 3 meses.

Eu sou gateira e não estava procurando um cachorro para mim: eu queria encontrar um doguinho para minha mãe.

Quando vi o rostinho do Tommy no Instagram da ONG Pata Amada Brasil me apaixonei. E quando vi que ele era especial, fiquei mais encantada ainda.

O Tommy foi atropelado quando era pequenininho. Ficou paraplégico e teve que ter suas duas patinhas traseiras amputadas. Mas ele foi bem cuidado na ONG e aprendeu a ser virar muito bem com as duas patinhas da frente só.

O Jean, da ONG, me enviou vídeos dele brincando e eu fiquei chocada com a sua mobilidade, mesmo faltando 2 perninhas.

Adoção: bom para todos

Fui conhecê-lo pessoalmente antes de adotar, porque se fosse muito agitado e latisse muito não seria compatível com meus 3 gatos adotados, Vito Corleone, Frank Sinatra e Pablo Emilio, que não estão acostumados a um cachorro, muito menos um agitado.

Iria ser um sofrimento para todo mundo aqui em casa, inclusive para o Tommy.

A adoção tinha que servir para todos meus pets e para mim também, já que eu precisava de um cachorro cuja personalidade fosse mais fácil de eu compreender e me adaptar (eu sei ler muito bem gatos, mas doguinhos ainda estou aprendendo rs).

Então eu comecei a pesquisar sobre as necessidades de um pet especial e fui conhecê-lo. Quando cheguei na ONG ele estava de banho tomado, de bandana, e já me recebeu pedindo carinho.

Enquanto o Jean me passava informações sobre ele e sobre as necessidades dele, o Tommy ficava “na dele”, ia brincar com os mordedores e dali a pouco voltava para pedir mais carinho. Em momento nenhum ele latiu.

Soube que ele estava habituado a gatinhos na ONG também, então gatos não seriam novidade para ele. Foi tudo MUITO compatível e eu marquei de voltar dali duas semanas para buscá-lo. Antes disso eu não conseguiria ter tempo para estar presente e fazer uma adaptação boa dele com os gatinhos.

Nesse meio tempo, eu entrei em contato com pessoas que tinham pets especiais e até fui adicionada a um grupo de Whatsapp chamado “família de rodinhas”.

As pessoas desse grupo me deram muitas dicas de como começar, me passaram vídeos do blog O Cãodeirante.

O Jean, da ONG, também me passou o contato de uma pessoa que tinha um pet especial e que ajudou a financiar o tratamento do Tommy na ONG, a Júlia, e ela também me deu boas dicas.

Adoção de cão cadeirante: apoio e críticas

Muitas pessoas questionaram o que eu estava fazendo, pelo trabalho que eu iria ter e também porque gosto de viajar, trabalho fora alguns dias, enfim… questionaram se eu teria dinheiro e tempo para cuidar de um pet especial. Outras se preocuparam comigo, de isso me “prender”. Posso dizer então que tive apoio em partes rs.

Mas eu já havia feito bastante pesquisa e tinha percebido que, sim, iria tomar mais do meu tempo do que os gatos vinham tomando, mas ao mesmo tempo não teria que ser o suplício que muita gente achou que seria.

Muita gente tem a concepção que pets especiais não fazem nada, são 100% dependentes e precisam de alguém perto a todo momento, e isso não necessariamente é verdade.

A adaptação ainda está ocorrendo. Errei muitos números de fralda, gastei mais do que podia nesse início por conta desse tipo de erro, demorei para aprender a esvaziar a bexiga, a casa está uma bagunça, tenho um moop que fica sempre a postos para limpar xixi que escape da fralda e tem uma gradinha para separar meu quarto do resto da casa, território do meu gato Vito, o que menos se habituou ao Tommy. O Vito passa por ela, mas o Tommy não.

Mas agora o Tommy tem uma cadeirinha de rodas doada pelo projeto Rodinhas para Todos, que tem parceria com a empresa Maxlocomotion, tem 2 sacos de arrasto feitos pela Vestdog, tem plano de saúde da Petlove, assim como os irmãos, e já está mais habituado aos gatos e já até foi em aniversário de outros aumiguinhos especiais!

Ele impressiona muito várias pessoas que veem que pets especiais podem sim (claro, dependendo da condição que eles têm), correr, pular, cavar, pegar bolinha, brincar, enfim, fazer muito do que pets sem deficiência fazem. Por isso, além do meu Instagram profissional, fiz recentemente o dele e dos irmãos, chamado @tommy_e_os_gatos .

Com certeza se eu visse aquela mesma foto dele hoje eu iria querer adotar uma vez mais.

Acho que o que eu faria diferente, talvez, seria pesquisar mais ainda tanto sobre ele quanto sobre fraldinhas e outras coisas que são necessárias para o dia a dia dele, para evitar tantos gastos desnecessários como os que tive.

Graças ao Tommy expandi meus horizontes, conheci muita gente incrível e a vida ficou mais leve, ainda que mais bagunçada rs.

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