Eu a chamava de princesa. Era uma bola de pelo preto quando a peguei na mão pela primeira vez.
Inteligente, esperta, linda, especial. Tinha uma personalidade incrível.
Era pequena e leve.
Ágil, se comunicava comigo pelo olhar.
Eu sabia que ela estava querendo me dizer alguma quando me olhava.
Ela sabia a hora de comer, de brincar, de dormir. Pedia carinho com a patinha, deixava a barriga a mostra para ganhar carinho.
Eu escovava o pelo dela todos os dias, e ela me olhava como se me dissesse “obrigada mãe por cuidar tão bem de mim, eu te amo muito também”
Latia primeiro para avisar que tinha alguma coisa acontecendo. Seria o interfone, a campainha, alguém chegando.
Mesmo com o hiperadrenocorticismo, ela sempre foi saudável.
Apesar de alguns probleminhas. Já tinha passado a noite, no soro, numa clínica uma vez. Fiquei com o coração na boca. Teve diarreia.
Vômitos. Sangue no xixi. Era castrada, reagiu bem a cirurgia.
Fazia dieta, comia ração light. Comia chuchu cozido todas as noites
Ela sabia a hora certa de cada coisa da sua rotina.
Minha princesa, companheira, minha filha do meio.
Era muito comportada. Educada, obediente.
Uma vez foi a única a viajar com a gente. Deixamos os outros em casa com minha mãe. Ela veio conosco, e ficou quieta na cadeira da pousada, do restaurante. Ela era linda!
Estava feliz, viajando com a família dela: mamãe, papai e os irmãos, Kim e Pucca.
Veio tranquila na caixa de transporte. Logo que chegou fez xixi na grama.
Hoje, dia 26 de abril, passeou, tirou fotos, fez pose como sempre fez. Era uma verdadeira top model, fazia as carinhas mais linda do mundo para ficar bem nas fotos.
Era muito querida pelas médicas veterinárias que cuidavam dela.
Era querida pelos tosadores. E por todos que tiverem a sorte de conviver com ela.
Minha família, meus amigos, eu, meu marido e meus outros filhos.
Sim, a dor da perda é essa: perdi minha filha, minha princesa.
Meu amor, meu mundo!
Ela se foi feliz. Estava passeando com a família, mas passou mal, teve vômitos, ficou quieta.
Achei que era cansaço do passeio. Saímos para almoçar.
Quando retornamos para o chalé, ela estava no box do banheiro, caída. Foi levada a um veterinário.
Ele suspeitou que tivesse tido um AVC. Ela foi medicada. Ficou no soro, mas não resistiu.
Vou guardar no meu coração para sempre a coisa mais linda do mundo, a Kika mais Yorkshire que conheci.
É uma dor insuportável.
Mas a memória de tudo que vivemos com ela estará para sempre dentro de nós.
Ela foi muito amada, bem cuidada, e tratada como uma verdadeira filha.
Vai meu amor encontrar os anjos de quatro patas que já se foram. Vai ser bem recebida por Deus.
Te amarei para sempre!