A decisão de ter um cão: como e (porque) fiz essa escolha

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A maternidade canina foi uma dádiva que mudou minha vida e deu mais sentido a ela

Quando era mais jovem, na adolescência, meus planos de vida eram estudar, trabalhar numa boa empresa, ter minha independência financeira, morar num bom apartamento, viajar pela Europa nas férias, conhecer o máximo de países possível. Ter amigos, namorado, trabalhar, viajar, viver a vida.

Estudei, trabalhei e casei. Demorou para acontecer, estava com 35 anos, nem passou pela minha cabeça ter filhos naquele momento. Morando de aluguel, recém contratada na empresa, e cheia de planos de crescer na carreira.  E cresci mesmo, passei por vários setores, até realizar um sonho, ser produtora de filmes. Mas, como tudo na vida, este ciclo se fechou quando fui demitida. Foram dez anos trabalhando com publicidade e propaganda.

Trabalhei por 10 anos com publicidade

Então, chegou a hora de pensar no crescimento da família, e a dúvida — ter ou não um filho? — pairava na minha cabeça. E mesmo não tendo muita certeza se queria ter filhos, fiz um tratamento conhecido como FIV (fertilização in vitro). O relógio biológico é cruel, já tinha passado dos 40 anos, a possibilidade de engravidar naturalmente era muita baixa, além do que, eu havia descoberto com 38 anos que sou celíaca. Mas, não deu certo, vida que segue! Só que não (sqn)…

 

A cobrança cultural pela maternidade

 Existe uma cobrança grande em relação à mulher ter que ser mãe, é até uma questão cultural. Em Angola por exemplo, se uma mulher não se tornar mãe, ela é hostilizada e perde o respeito da sociedade. Não ter um filho pode resultar no abandono pelo marido, ou aceitar que ele faça herdeiros fora do casamento. Por isso muitas angolanas vêm ao Brasil fazer o mesmo tratamento que eu fiz (FIV), mas fazem praticamente escondidas, “pois uma reprodução assistida não é biológica, mas manipulada, e não sendo natural, ali não é normal”, segundo o estudioso das populações da África, Dagoberto José Fonseca.

A demissão, e a tentativa frustrada de ter um filho, me fez perceber que eu tinha as três condições fundamentais para ter um cachorro:

  • Disponibilidade de tempo
  • Recursos financeiros
  • Paciência para cuidar e educar um filhote

Existe uma grande cobrança cultural pela maternidade

 

Filhos com pelos: por que tê-los

Um fato interessante é que adotar uma criança não era uma opção pra mim, mesmo com as pessoas tentando me convencer disso. Mas a ideia de ter um animal de estimação sim, isso me pareceu boa ideia. Poderia ser qualquer um? Não, eu queria um cachorro mesmo. Mas, por que um cão?

Se você é como eu, completamente apaixonada por eles, já passou pela sua cabeça esta questão:

  • O que eles têm que nos faz sentir assim?

Os cientistas estudaram isso, e se você não sabe ainda, vou te explicar agora.A maioria das pessoas consideram o cão um membro da família, algumas, e eu me incluo nessa, os consideram como filhos. E isso faz sentido porque, segundo a ciência, eles despertam quase tanto amor e carinho quanto um bebê. Segundo Takefumi Kikusui, um comportamentalista de animais da Universidade Azabu em Sagamihara, Japão, a chave que faz com que tenhamos amor  por cães e crianças da mesma forma, está no hormônio ocitocina, que desperta a sensação de apego por outra pessoa. É o mesmo hormônio responsável por estreitar o vínculo entre mães e bebês humanos. O afeto entre cães e seus tutores se baseia na troca de olhares entre ambos, que aumenta em seus organismos a liberação da ocitocina.

A descoberta não prova que os cães se comportam como nossos filhos – mas sugere que nós, emocionalmente, os percebemos assim. Entendeu por que os considero como meus filhos?

Eu cuido como se fossem, o tempo deles é deles: não importa como eu esteja se é hora de cuidar dos pelos, de brincar, de dar atenção, comida, remédio, banho, o que quer que seja, é deles.

É um amor do tipo de, ter fotos deles em porta retrato na sala, de ficar com o coração na boca se o bicho não estiver bem, de se sentir a melhor mãe do mundo quando recebe elogios por eles serem educados e bem cuidados.

“Os cachorros estão se tornando mais e mais nossa fonte de apoio”, diz James Serpel, biólogo da Universidade da Pensilvânia, nos EUA. Muita gente já o considera mais importante que outras pessoas.

 

É um amor incondicional

Atenção total aos cães

Tem um estudo que diz que é cada vez mais comum que tutores de cães cancelem encontros com amigos para ficar na companhia dos animais.A maior parte dos entrevistados se sente mais saudáveis mentalmente e demonstram ter mais preocupação com o bem-estar do companheiro de quatro patas do que com relacionamentos amorosos. Tutores relatam também que reencontrar o animal em casa após horas de trabalho e estudo é gratificante, alegre e os faz se sentirem pessoas incríveis.”

Enquanto para muita gente o excesso de cuidados com um animal doméstico pode parecer exagerado, para o professor da PUC-SP, Mauro Lantzman, especialista em comportamento animal, não é bem assim, ele diz que transferir o afeto ao bicho é, sim, saudável. “O cachorro depende de você, desde que chega em casa até morrer. Que tipo de problema poderia haver em cuidar?”

Eles me conquistaram de forma arrebatadora

Mas por que eles nos conquistam de forma tão arrebatadora? Eu sei que você sabe, né?

É porque eles nos entendem. São animais especialmente fáceis de serem ensinados, eles sabem interpretar gestos e sinais humanos, e segundo o fotógrafo e jornalista americano Jon Katz, autor de livros sobre cães, “nossos relacionamentos com os animais são simples e puros. Estão livres de conflitos, dramas, crueldades e desapontamentos, tão frequentes em nossa conexão com outros seres humanos.”

É bem provável que seu cão saiba o que você está dizendo com palavras fáceis, gestos, e seu estado emocional, assim como você sabe diferenciar um latido de outro, se ele está chamando atenção, está com fome, querendo brincar, está reclamando de falta de atenção.  Aqui em casa é batata isso. De longe ouço um “choro”, um latido, e se alguém me perguntar já digo logo o motivo e acerto na hora. (Link para linguagem corporal)

 Não sinto a falta de ter um filho. Meus cães preenchem bem esse espaço. Foi a “maternidade canina” que me fez mudar de rumo profissional, de personal organizer, para empreendedora digital.

E você, como foi tomar a decisão de ter um cão?

Me diga nos comentários, o que o seu cão é para você?

Eu fiz uma pesquisa para o blog onde faço essa pergunta, caso você ainda não tenha respondido, clique AQUI e responda agora mesmo. Obrigada

Aguardo seu comentário!

 

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